terça-feira, 23 de outubro de 2012


Lobo-guará

O lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), também chamado guará, aguará e aguaraçu, é o maior canídeo nativo da América do Sul. A sua distribuição geográfica estende-se pelo sul do Brasil, Paraguai, Peru e Bolívia a leste dos Andes, estando extinto no Uruguai e talvez na Argentina, e é considerado uma espécie ameaçada. O Brasil abriga o maior número de animais; dos cerca de 25 000 indivíduo
s da espécie, cerca de 22 000 estão em território brasileiro. Os biomas de sua ocorrência no Brasil são: cerrado, Pantanal, Campos do Sul, parte da caatinga e Mata Atlântica, sendo frequentemente encontrado nos Campos Gerais, região do estado do Paraná, próximo à cidade de Guarapuava (o nome da cidade é uma referência ao animal)


A espécie não está diretamente ligada a nenhum outro gênero de canídeos e aparentemente é uma relíquia da fauna plistocênica da América do Sul, que desapareceu, na maioria, após a formação do Istmo do Panamá.

O lobo-guará mede cerca de 1,30 metros no ombro e pesa entre 20 e 25 kg. A sua pelagem característica é avermelhada por todo o corpo, exceto no pescoço, lombo, patas e ponta da cauda, que são de cor preta, podendo as pontas da cauda, das orelhas e do papo serem da cor branca. Ao contrário dos lobos, esta espécie não forma alcateias e tem hábitos solitários, juntando-se apenas em casais durante a época de reprodução.

A gestação dura em média 65 dias e resulta em ninhadas de até seis crias sendo dois o número médio de crias que nascem entre junho e setembro. Os filhotes nascem pretos, com a ponta da cauda branca e pesam entre 340 gramas e 410 gramas. Sua maturidade sexual acontece com um ano de idade. O lobo guará tem seus filhotes somente no mês de junho e quando nascem a fêmea não sai da toca e é alimentada pelo macho.

O lobo-guará caça preferencialmente de noite, mas em época de reprodução é comum procurar alimento durante o dia. Ataca pequenos mamíferos roedores e aves, mas a sua dieta tem uma forte componente onívora. Estes animais são bastante dependentes da lobeira (Solanum lycocarpum) e estabelecem, com esta planta, uma relação simbiótica: sem os frutos da lobeira, o lobo-guará morre de complicações renais causadas por nemátodos. Em contrapartida, o guará tem um papel fundamental na dispersão das sementes dessa planta.

As principais ameaças ao lobo-guará vêm da conversão de terras para agricultura, do fato de ser suscetível a doenças de cães domésticos, que competem com eles por alimento, e de acidentes como atropelamentos em estradas.

A espécie ocorre em várias áreas protegidas na Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e, possivelmente, Peru. Na Argentina está classificada entre as espécies em perigo (EN), e no Brasil consta da lista de espécies ameaçadas. Sua caça é proibida no Brasil, Paraguai e Bolívia. Embora não existam iniciativas de conservação dedicadas à espécie, esta se beneficia dos projetos de proteção do cerrado.

Ver Mais: Wikipedia (Fonte)

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